quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

EMPREITEIRAS E CORRUPÇÃO: UM CASAMENTO ANTIGO E NATURAL



Na coluna de Juremir Machado, publicada ontem, no Jornal Correio do Povo, o jornalista traz uma importante reflexão sobre a questão da corrupção e empreiteiras no Brasil. 

Em seu artigo, ele cita um livro publicado cujo título é ‘’ Estranhas Catedrais – As Empreiteiras Brasileiras e a Ditadura Civil – Militar’’, escrito pelo historiador Pedro Henrique Pedreira Campos.

Segundo o jornalista, na obra, Campos prova que as relações envolvendo corrupção entre empreiteiras e Estado no Brasil, iniciaram no período da ditadura em 1964. Os capitalistas brasileiros encaram a corrupção como um dispositivo para maximizar seus lucros. 

Conforme Campos, analisando a história do capitalismo, a ‘apropriação do público pelo privado é mais uma regra’’.

Período Costa e Silva. Fonte: www.brasilescola.com
A bênção deste casamento, entre empreiteiras e poder público foi dada pelo ditador Artur da Costa e Silva, que proibiu a entrada de empresas estrangeiras, através do decreto 64.345, de 10 de abril de 1969. Desta forma, empresas regionais, como a Odebrecht tomaram seu espaço no mercado da construção civil elevando seus lucros em pouco tempo. 

O cenário para o desenvolvimento econômico de empresas privadas no período da ditadura foi excelente. A ampla reforma econômica aumentou os recursos públicos para investimentos e ao mesmo tempo, leis e mecanismos restringiram gastos para a saúde e educação. A maior fatia de investimentos era direcionada a grandes obras públicas, o que, certamente, favorecia o ganho real das empreiteiras. 

Dezenas de militares assumiram cargos estratégicos em corporações, tanto nacionais quanto estrangeiras que negociavam com o país. 

Segundo Juremir, o autor do livro apresenta 21 nomes e funções: Golbery do Couto e Silva presidiu a Dow Chemical e prestou serviços para o Banco Cidade. O general João Baptista Leopoldo Figueiredo foi do Conselho Consultivo da Caterpillar. Ernesto Geisel foi presidente do Conselho Administrativo da Norquisa. O general, Artur Moura era da Mendes Júnior, uma das empreiteiras que obteve lucros imensos no regime dos generais.  O filho de Costa e Silva serviu à General Eletric. Carlos Luiz Guedes, o golpista, presidiu a Catemarq. Juracy Magalhães foi presidente da Ericsson do Brasil. 

A Odebrecht teve seu faturamento triplicado em um ano.  

A corrupção não é algo novo, porém, nunca foi tão combatida como agora.

Fonte: Jornal Correrio do Povo
Edição: 10 de Dezembro de 2014
Coluna Juremir Machado da Silva 


#MandatoCidadão

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