terça-feira, 30 de setembro de 2014

16º SEMANA MUNICIPAL DO IDOSO



Na tarde de ontem, tivemos a Sessão Solene no Clube Sete de Setembro, alusiva a 16º Semana Municipal do Idoso. 

Representando a Câmara de Vereadores, a Vereadora Iara Castiel fez um pronunciamento aos presentes. 

Leia abaixo, na íntegra o discurso da vereadora: 


''Boa tarde a todos os presentes e autoridades nominadas pelo protocolo. É um grande prazer e um grande desafio estar aqui hoje representando o Legislativo Santiaguense para saudar e falar às pessoas que contabilizam na sua vida bastante idade. A temática velhice, velho, envelhecer é imensamente complexa, requer análises aprofundadas e detalhadas.

AS MUDANÇAS NO MODO DE VIDA DOS BRASILEIROS


Como todos sabem, o Brasil até 20 anos atrás, foi um país de jovens e já não é mais. Foi divulgado que cerca de 25 milhões de pessoas no Brasil têm mais de 60 anos de idade. Logo serão 50 milhões, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Assim como no Brasil, no mundo, a população de idosos aumentou. Em 2025, serão 2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos.


É evidente a necessidade de uma nova postura da sociedade diante das pessoas com idade avançada, mas eu diria que a necessidade maior a ser assumida é uma nova postura de ação e pensamento dos gestores dos poderes constituídos, Governo Federal, Estadual, Municipal.


A mudança do olhar social sobre o processo de envelhecimento é extremamente importante para que os idosos possam se sentir capazes de participar de todas as atividades da vida.

A IMPORTÂNCIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA OS IDOSOS

Não é possível, num país que não é de jovens, os mais velhos estarem, e, pior, sentirem-se, fora do contexto produtivo. Fora do mercado de trabalho. Fora do uso da tecnologia. Fora da elaboração de ideias em empresas, firmas, escolas, comércio, meio rural... 

É necessário cada vez mais surgir políticas públicas, pensadas e executadas pela União, Estados e Municípios em favor das pessoas não jovens. É preciso que todos pensemos a melhor forma de inclusão e deixemos de agir como se o velho somente fosse capaz de fazer pequenas coisas. São muitas as atitudes que nós seres pensantes podemos ter. Podemos parar, por exemplo, urgentemente, de colocar as pessoas de mais idade na condição de fragilidade, de infantilização. Não é mais possível que uma sociedade que tenha a preocupação de incluir, se refira às pessoas mais velhas como “vovozinha, vovozinho, bonitinha(o), queridinha(o), mocinha(o)...” Essas formas diminutivas de tratar os idosos, desmerece os mesmos e lhes deixa desacreditados. Muitos se sentem humilhados, acabam pensando que são “inhos”, enquanto são seres humanos produtivos, capazes de encarar desafios, capazes de trabalhar em qualquer área, capazes de aprender e de ensinar. 


É necessário ouvir as pessoas com mais idade: saber o que desejam, o que pensam, saber de suas memórias. As pessoas idosas podem nos falar sobre a velhice, sobre o processo de envelhecimento. Podem nos dar ''dicas'' sobre o que querem, precisam e desejam. Somente ouvindo o que os mais velhos têm a dizer, se pode pensar em promover uma velhice bem sucedida.

É PRECISO VALORIZAR A SABEDORIA E A HISTÓRIA DE VIDA DE CADA UM
 

Senhores, é preciso valorizar as grandes histórias de vida e toda a sabedoria que cada pessoa de mais idade pode oferecer para a sociedade. Não podemos retratar os idosos como decadentes, porque isso não é mais verdade. Não quero negar que existe perda de vitalidade, mas hoje nós vivemos mais, estamos mais saudáveis e podemos ser muito produtivos, mesmo com idade bem avançada.


Para redefinir o papel social do idoso, a expressão contemporânea usada é “terceira idade”, uma nova construção social referida entre a vida adulta e a velhice. Esta terminologia é usada para designar um envelhecimento ativo e independente.


Os idosos brasileiros estão construindo seu espaço de sociabilização e inclusão social, e se percebe um crescimento dos movimentos de pessoas acima dos 60 anos. Esses espaços de sociabilização são importantes na construção da identidade do idoso, pois permitem a interação dos mesmos, na busca de uma velhice que afaste a solidão e o preconceito, permitindo um envelhecimento com ação e independência.


A independência financeira é um importante fator de positivação na velhice, pois ele consegue redefinir o seu papel social. Percebemos, na maioria das vezes, que o idoso pobre e dependente, não consegue redefinir-se na sociedade. Quando o idoso é uma pessoa que conquistou sua independência financeira, ele constrói uma visão da velhice como uma fase normal, em que existem mais conquistas do que perdas. 

O momento que vivemos é um momento pleno de desafios. Mais do que nunca é preciso ter coragem, é preciso ter ação para enfrentar o presente e para construir o futuro. É preciso  resistir, sonhar e trabalhar muito para mudar ideias preconceituosas que impedem avanços.  É necessário planejar formas de inclusão e concretizá-las dia-a-dia, para que tempos mais humanos, mais justos, mais solidários sejam uma realidade.

ENVELHECER BEM É RESPONSABILIDADE DE TODOS


Todavia, é preciso enfatizar que envelhecer bem não é uma responsabilidade só do indivíduo e depende da oferta de recursos como educação, urbanização, habitação, saúde, trabalho, família, direito a uma cidade acessível, disponibilização de profissionalização e trabalho para a pessoa idosa. Não podemos resumir a bailes, crochê, tricô, as atividades desenvolvidas para os idosos. É necessário muito mais.

Acredito ainda que deve ser discutido o processo de envelhecimento nas Escolas, Universidades, bem como deve ser levantadas questões sobre sexualidade, gênero, drogas, essas questões também são referentes as pessoas de mais idade.


Em 2003, foi criada a Lei 10.741 que dispôs sobre o Estatuto do Idoso. Nessa lei foram observados pontos relevantes, o da prioridade de atendimento, direito à vida, liberdade e dignidade dos cidadãos e cidadãs de idade mais avançada. 


Para colocá-lo em prática é preciso estimular e proporcionar cursos educativos, esporte, cultura, política, lazer e novas tecnologias visando uma possibilidade de exercício do trabalho voluntário e remunerado. O Estatuto do Idoso representa um avanço sem precedentes nas relações sociais no que diz respeito aos cidadãos mais velhos, pois, até então, com as leis civis utilizadas, nossos idosos eram posicionados numa condição de quase interditos, cidadão sem nenhuma categoria.

Senhores e Senhoras, os gestores públicos de qualquer esfera têm que, efetivamente, pensar na condição dos idosos, e, a cada dia, através de ações de políticas desenvolvidas para a sociedade, acabar com o pensamento de que os idosos são pessoas com doenças, fraquezas, debilidades e incapacidade.

O PAPEL DO LEGISLATIVO 


O Legislativo Santiaguense enquanto poder independente, tem tanta responsabilidade quanto qualquer outro poder de desenvolver políticas públicas em prol dos idosos, e quer estar em constante diálogo com a sociedade e com o executivo para juntos fortalecerem uma nova concepção social sobre o idoso e sua capacidade de fazer.''
Iara Castiel 

Veja algumas fotos do evento:










 #MandatoCidadão

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