segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Discurso dia 14.10.13

Discurso dia 14.10.13
           Boa tarde a todos, aos ouvintes da Rádio Nova 99, Senhor Presidente, Senhores vereadores e vereadora.
Com alegria saúdo meu neto Arthur, o Ademar, o Alex e Murilo que estando presentes nesta casa, desde tão tenra idade, nos dão esperanças de um futuro político de maior qualidade.
Tive a grata satisfação de participar da excelente Festa Organizada pela comunidade do Passo da Cruz. Agradeço em nome do Sr. Vergílio Nunes da Silva, a todas as pessoas que organizaram o almoço e também a todas as pessoas com quem conversei. Aprendi muito com eles. Conversei com homens e mulheres, trabalhadores rurais. Pessoas que lutam dia após dia para se manterem no campo e poderem, do campo, tirarem o sustendo de suas famílias. Precisam ser valorizados. E para manutenção da família rural no campo, precisam de projetos bem elaborados por parte da administração pública.  Senhores as necessidades das micro, pequenas e médias propriedades rurais, não se resumem em pleitear máquinas para arrumação das estradas de acesso, ou máquinas para um ou outro serviço. Isso é obrigação dos administradores. É o mínimo a ser feito, e não deveriam ter de ficar implorando por esses serviços e,  tão pouco ficar muito agradecidos quando o trabalho é feito. Aliás, é importante dizer que com o equivocado turno único da prefeitura, inúmeras pessoas são prejudicadas, especialmente as comunidades do interior. Um serviço que deve lá ser feito, quando a máquina chega, pouco faz e já está na hora do operador parar.  
O que precisam, os homens e mulheres do campo, é um pensar dos gestores, é a inclusão de suas potencialidades como uma das formas também de desenvolvimento urbano. São projetos de modernização rural. É estímulo para que o jovem, filho de agricultores estudem e voltem para a lida da terra, cada vez mais qualificado. Também é preciso, para manter o jovem no campo, ampliar e promover a circulação e trocas dos bens culturais existentes nas cidades e nas zonas rurais, como forma coletiva de superar a condição de exclusão a que muitas vezes estão relegados. Isso é o desejo das mulheres e homens com quem conversei.
Festas comunitárias como a do Paço da Cruz que acontecem nas localidades do interior, também na Vila Branca, Lava Pés, Cerca de Pedra, Betânia, Beluno, Florida, e outras, são autênticas produções e manifestações culturais. Elas estimulam a diversidade e propiciam o exercício da cidadania através do reconhecimento dos usos, costumes, linguajares populares produzidos em cada localidade do município.
A Administração Pública precisa também valorizar outras formas  culturais, incorporando novos conceitos estéticos. Precisa lançar novos desafios, desencadeando outros olhares criativos, como artesanato, teatro, dança, jornal, filme, cultura afro, indígena, histórias da cidade, através de uma escrita coletiva com os moradores rurais e dos bairros, de forma a superar a visão tão somente tradicionalista gaúcha.
No entanto,  para isso, tem de ter projetos e ações culturais para o município como um todo.  Para os Bairros urbanos, para os moradores das áreas rurais, articulando com clubes, associações, escolas, sindicatos organizações sociais. Projetos fundamentados no exercício crítico para construir uma sociedade democrática e não usando recursos culturais para privilegiar sempre os mesmos grupos e associações ligados ao “sistemão” elitista santiaguense.
No entanto, senhores ouvintes, o município não tem um Plano Municipal de Cultura. Conforme informação solicitada, a resposta é de que está sendo planejado e de que o município não tem estrutura e está em fase de implantação.  Tenho dito, constantemente, que a administração não tem planejamento para nenhum setor e age com espontaneísmos, como foi a aquisição em 10.02.2011 de um imóvel na rua Venâncio Aires, no valor de 240 mil reais, para desenvolver ali o Memorial da Poesia Contemporânea. Pedi informações do projeto e a resposta foi de que não está em funcionamento e não tem plano de trabalho, estando em fase de reformas. Aliás, como referiu um senhor : “a casa adquirida só muda de cor. Foi pintada várias vezes. E o dinheiro público, vai para o ralo”.
Senhores ouvintes, uma das questões mais importante para uma sociedade é a sua identidade. E a identidade é decorrente da soma das ações culturais, presentes numa comunidade. O modo de comer, vestir, se locomover, as lembranças, além do que se lê, vê, realiza, tudo faz parte do processo cultural. E esse conjunto de fatores é o que possibilita a geração dos sonhos. E como disse Fernando Pessoa, “De sonhar ninguém se cansa”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário